Acordei com essa música na cabeça, “À Palo Seco” e pensei, qual será o significado desse título?
Não hoje, nem no lançamento, mas talvez quando eu não estiver mais aqui, alguém poderá encontrar meu projeto musical e ao ouvi-lo, sentir-se “cortado” com as musicas.
Os delírios musicais poderia ser um livro com histórias angustiantes de um personagem em conflito, seria “Os Delírios Literários”. Poderia ser a vernissage de pinturas sublimares e claustrofóbicas, “Os Delírios Sob Tela”. Poderia ser uma série de grafites no alto dos prédios, sendo executados sob risco de queda; “Os Delírios Grafitados”, enfim, independente do expoente de arte, uma coisa é certa pra mim, lhe cortaria a carne, não hoje, nem amanhã… um dia.
Não há nada que incomode mais que um canto torto, o meu canto é tortíssimo e não é apenas o canto de cantar, é o canto de lugar, o canto torto sem uma boa forma… Novo Horizonte é um canto torto, a própria America latina também é um canto torto para o resto do mundo.
“À Palo Seco” é uma expressão em espanhol, que poderia ser traduzido como Matando a cobra e mostrando o pau ou el palo!
O cante à palo seco é um cante desarmado: só a lâmina da voz sem a arma do braço; “eu quero é que esse canto torto, feito faca, corte a carne de vocês.”
Ouça Belchior e tente não se imaginar de volta a uma moda passageira de 1973.